A Vida Sem Nós Parte 2


Uploaded by tasmenias on 08.03.2012

Transcript:
O que aconteceria se todos os seres humanos na Terra
desaparecessem.
Essa não é a história de como poderíamos desaparecer
É a história do que aconteceria ao mundo que deixamos para trás.
Agora, em "O Mundo Sem Ninguém",
o que acontece quando a natureza é deixada por conta própria.
Animais protegidos por humanos são atacados por uma pandemia mortal.
Outros escapam e voltam para a natureza.
Inimigos ocultos estão em marcha,
atacando cidades ao redor do mundo,
como esta, no coração dos EUA.
Quando a natureza ataca, quanto maiores as coisas são,
mais rápido elas caem.
Bem-vindo à Terra.
População: Zero.
___SteriS___ Apresenta:
O Mundo Sem Ninguém [ S01E02 ] - INVASÃO
Original Air Date: 28 de abril de 2009
1 DIA SEM NINGUÉM
1 DIA após os humanos.
Os responsáveis por manter as forças da natureza sob controle,
desapareceram.
A natureza, antes contida ...
é atacada por uma explosão de violência e caos,
doenças e catástrofes.
Em Chicago, não há mais ninguém para manter o estádio de baseball.
Seu último inimigo já está estabelecido
nas paredes externas.
Não há mais ninguém para manter a "Sears Tower"
ou o "John Hancock Center",
que agora se parecem com túmulos gigantes.
E ninguém para supervisionar o rio Chicago,
uma das vias aquáticas mais complexas do mundo.
A cada dia que passa,
a natureza começa a tomar conta.
3 DIAS SEM NINGUÉM
3 DIAS após os humanos.
Uma tempestade atinge Chicago.
No tempo dos humanos, um dilúvio como esse passaria despercebido.
O Rio Chicago deveria desaguar no lago Michigan,
uma enorme massa de água circundando a cidade.
Mas em 1900, o homem modificou a natureza.
O fluxo do rio foi invertido,
para prevenir a poluição da água potável em Chicago,
exigindo do homem um firme controle dos níveis de água,
e empregando técnicas de Engenharia
que depois foram usadas para construir o Canal do Panamá.
No tempo dos humanos,
quando chovia, os Engenheiros manobravam os diques
para desviar a corrente para longe do lago.
Mas agora, depois de mais de um século,
o rio vai se vingar.
Em um mundo sem seres humanos,
não haveria ninguém para antecipar esses eventos e abrir os diques,
manipulando os níveis da água.
Todo o sistema do rio se encheria gradualmente,
como água em uma banheira.
Inicialmente, iria alagar áreas baixas no centro de Chicago
e subsolos de edifícios perto do rio.
Em seguida, altos níveis de água invadem canais artificiais ao sul,
em direção aos diques de controle
56 km rio abaixo.
O complexo de 109 anos de idade controle a drenagem do rio Chicago
Mas isso está para mudar.
A cascata escoando pela passagem
pode corroer os pilares de sustentação dos diques.
Os dias em que o homem controlava este rio
terminaram.
Passarão uns 40 a 80 bilhões de litros por baixo dos diques.
Quando esta estrutura cair, vai se formar uma parede de água
como uma enorme torrente rio abaixo, para a cidade de Joliet,
onde a água vai transbordar e inundar o centro da cidade.
Apenas alguns dias após os humanos,
cidades inteiras do meio-oeste americano
estarão destruídas pela fúria das águas.
Em Londres, a queda do "Big Ben" é iminente.
Esse relógio atrás de mim tem funcionado sem parar por 150 anos,
e enfrentou extremos climáticos, tempestades,
e até bombardeios durante a II Guerra Mundial.
No tempo dos humanos, o relógio era limpo 3 vezes por semana.
Uma tarefa que envolvia 2 técnicos durante várias horas,
com a ajuda de um motor elétrico.
Se não tiver mais ninguém por perto, em uma questão de dias
o relógio vai parar de funcionar pela primeira vez em 150 anos
e os sinos não vão mais tocar.
O relógio parou, mas a torre ainda está de pé,
pelo menos por enquanto.
Devido a um problema construtivo, ela é inclinada 22 cm ao noroeste.
Uma inclinação que vai piorar com o tempo.
2 SEMANAS SEM NINGUÉM
2 SEMANAS após os humanos.
Nos aposentos do abandonado Palácio de Buckingham
os "Corgis" da Rainha não notaram que os sinos pararam de tocar.
No tempo dos humanos, até 5 desses cães eram mantidos como companhia.
Agora que a Rainha e sua corte se foram,
os Corgis estão por conta própria
no que se tornou uma prisão de 775 quartos.
Os 78 banheiros no palácio
fornecem água suficiente para sua sobrevivência.
Embora estes cães tenham pernas curtas,
eles alcançam os vasos sanitários com ajuda de seus corpos longos,
que lhes permitem que se estiquem e saltem mais de 1 metro.
Desesperados por comida,
os Corgis acham o caminho para a Cozinha Real no subsolo.
A despensa tem um estoque de comida que pode durar por alguns meses.
Depois disso, o futuro dos Corgis vai se tornar mais incerto.
1 MÊS SEM NINGUÉM
1 MÊS em um mundo sem ninguém.
Nos arredores de Atlanta, uma invasão de "Kudzu" tem início.
A planta foi trazida para os EUA em 1876, do Japão,
por fazendeiros, para alimentar animais e controlar a erosão.
Foi um grande erro.
Ela cresce muito rapidamente em pleno sol e solo fértil.
Ela cresce até 30 cm por dia.
Em 1 mes há 9 metros de planta onde antes não havia nada.
Conhecida como a "planta que comeu o Sul",
o Kudzu tem uma rede de raízes com mais de 4,5 metros no subsolo.
No tempo dos humanos,
era necessário o corte constante, ocupando 25 funcionários,
apenas para manter as estradas limpas em Atlanta
e nas cidades vizinhas.
Você deve arrancar tudo o que puder da planta,
até exaurir as reservas de energia no sistema de raízes.
Mas considerando o tamanho e profundidade das raízes,
esta pode ser uma tarefa muito difícil.
Sem inimigos naturais conhecidos na região,
e sem humanos para controlá-lo,
o Kudzu começa a causar danos.
A espécie não-nativa começa a estrangular árvores,
subir em postes telefônicos e cabos elétricos,
cobrir pontes e ferrovias,
e envelopar estações de trem.
Ele cria uma situação em que nada cresce lá, exceto o Kudzu.
E acaba formando uma área morta no ambiente.
Enquanto o kudzu cresce,
outros lutam pela vida.
60 milhões de suínos estão confinados
em fazendas na América do Norte.
No tempo dos humanos, eles supriam a demanda
de 23 kg de carne de porco por americano a cada ano.
Agora, eles estão famintos.
Porcos em cativeiro são conhecidos por sua propensão ao canibalismo.
2 MESES SEM NINGUÉM
2 MESES após os humanos,
a necessidade de sobrevivência vira pânico.
Os maiores conseguem quebrar as cercas.
Outros apenas escapam dos galpões.
Finalmente, milhões saem para a natureza.
De todos os animais domesticados,
eu apostaria que em um mundo sem seres humanos,
provavelmente os porcos são os que mais sobreviverão.
Porcos são onívoros,
basicamente eles podem comer qualquer coisa.
Eles também são muito inteligentes, e muito resistentes.
Ou seja, podem sobreviver em condições severas.
Depois de escapar do confinamento, os porcos das fazendas
começam a se misturar com 4 milhões de porcos selvagens,
que vivem principalmente na Califórnia, Texas e Flórida.
O novo porco híbrido torna-se mais magro, mais leve e mais rápido,
com maiores habilidades e mais peludo.
Os porcos vão se multiplicar, mas vários animais
logo vão ter que enfrentar um vírus mortal.
E nas cidades, as mais majestosas estruturas humanas estão impotentes
enquanto a Natureza avança.
3 MESES SEM NINGUÉM
3 MESES após os humanos.
No Palácio de Buckingham,
os Corgis da Rainha terminaram com o estoque de alimentos da cozinha,
que originalmente continha comida para banquetes de até 600 pessoas,
e refeições diárias para os 400 funcionários do palácio.
A única esperança dos Corgis é aventurar-se na cidade.
Achar a saída de um prédio de 775 quartos é apenas questão de tempo.
Como um cachorrinho desses vai sobreviver?
Eu acho que a imagem popular dos Corgis como cãezinhos mimados
e incapazes de tomar conta de si mesmos não faz jus à verdade.
O Corgis eram originalmente cães de pastoreio,
vigiando os rebanhos de ovelhas e cabras.
Esta habilidade genética vai ajudá-los a sobreviver na natureza.
Como cães de pastoreio, eles podem muito bem viver no campo.
Eles têm dentes afiados e um eficiente sistema digestivo.
São qualidades que lhes permitem sobreviver bastante bem,
mesmo na ausência de proteção humana.
Mas também são um lanche delicioso para ursos e lobos.
Mas os Corgis da Rainha não precisam se preocupar com isso.
Estes dois grandes predadores,
foram extinto das Ilhas Britânicas há séculos.
Há um outro benefício em ser um cão na Inglaterra após os humanos.
A raiva foi erradicada aqui no início do século 20.
Na América, é outra história.
Animais com sorte o bastante para escapar de suas casas
agora enfrentam um dos mais terríveis flagelos da natureza.
No tempo dos humanos, mais de 7.000 animais nos EUA,
mais de 90% selvagens, eram anualmente infectados com raiva.
O vírus ataca o sistema nervoso
e inflama o cérebro, causando uma morte agonizante.
A cada ano, em centros populacionais da costa leste,
e no Texas e Arizona,
vacinas orais eram atiradas de aeronaves
na esperança de eliminar a doença em animais silvestres como
raposas, gambás, coiotes e guaxinins.
Sem pessoas para continuar com os programas de vacinação,
o ataque do vírus vai aumentar 30% nos anos seguintes.
Entre os infectados, estão cães e gatos que saíram para a natureza
e foram mordidos por outros animais infectados com raiva.
Eles se tornam hiper-agressivos, hiper-ativos, em estado de fúria,
reconhecido pelo fluxo de saliva na boca.
Alguns cães infectados com o vírus da raiva,
podem morder até 100 outros animais.
1 ANO SEM NINGUÉM
1 ANO após os humanos.
As plantas crescem na cidade de Chicago.
No estádio, a "hera" começa a estender seus verdes tentáculos.
Seus ramos crescem aqui desde 1937,
quando foram plantadas para decorar e cobrir as paredes externas.
Sem jardineiros para podá-las mensalmente,
a hera ameaça engolir todo o estádio.
Mas há uma coisa evitando isso.
Cada ramo pode "apenas" crescer no máximo 15 metros no clima daqui.
Entretanto, como a hera perde as folhas a cada inverno,
o material orgânico entra nas fendas de paredes e concreto.
Ele se transforma em adubo,
o que gera uma nova base para novos ramos crescerem.
5 ANOS SEM NINGUÉM
5 ANOS após os humanos.
A hera destruiu e cobriu as arquibancadas.
Ela se agarrou e cresceu graças à umidade armazenada nas fendas,
quebrando as paredes.
Mas o real vencedor na corrida da natureza para conquistar o estádio
não é a hera.
No gramado, "Buckthorn" (Espinheiro),
um denso arbusto, está tomando conta.
Trazido da Europa em meados de 1800,
é uma das espécies vegetais mais perigosas do Meio-Oeste.
Uma das formas pelas quais o Espinheiro se espalha
é através das fezes de pássaros que comem seus frutos.
A fruta em si é irritante para o intestino das aves.
Essencialmente, causa diarréia neles.
Então as aves, após consumirem os frutos do Espinheiro,
vão voar para longe e muito rapidamente disseminar a planta.
No tempo dos humanos, jardineiros tratavam do gramado regularmente,
e colocavam produtos químicos, para evitar a propagação de sementes.
Mas com ninguém por perto, as sementes espalhadas pelos pássaros
são muito rapidamente fertilizadas no chão,
e transformadas em fortes arbustos que atingem mais de 3 metros.
Você não seria capaz de andar entre eles, muito menos lançar uma bola.
10 ANOS SEM NINGUÉM
10 ANOS após os humanos.
No centro de Chicago,
a famosa "Sears Tower", de 110 andares
aos poucos está se deteriorando.
Após o grande incêndio de Chicago, em 1871,
a cidade foi reconstruída verticalmente,
com novas estruturas de aço.
Era o nascimento dos arranha-céus.
Agora, a água da chuva corrói o telhado da "Sears Tower".
A umidade se infiltra na estrutura,
e começa a enferrujar os parafusos que fixam
os gigantescos painéis de vidro e alumínio do exterior.
Ventos congelantes, chuva e neve vindos do Lago Michigan
violentamente batem na estrutura enfraquecida.
Alguns dos painéis se soltam do prédio e caem nas ruas abaixo.
30 ANOS SEM NINGUÉM
São 30 ANOS em um mundo após os humanos.
Para dar uma espiada no futuro de cidades lacustres como Chicago,
basta vermos o que aconteceu à cidade de "Gary", em Indiana.
Embora partes da cidade do Meio-Oeste estejam habitadas e bem,
grandes áreas foram abandonadas.
A cidade outrora teve uma população de 200.000 pessoas.
Então, um desastre se abateu sobre ela.
"Gary" foi fundada em 1906,
pela empresa US Steel.
Foi criada como uma cidade industrial pela empresa.
Quando a economia da empresa começou a patinar,
a cidade inteira começou a ser evacuada e ficou abandonada.
A cidade então se tornou a "Pompéia" do Meio-Oeste,
uma cidade em ruínas, onde você anda pelas ruas e não há ninguém.
Apenas uma cidade em decomposição.
Como Chicago, "Gary" cresceu porque ajudava a ligação dos Grandes Lagos
com a Ferrovia Transcontinental.
Mas agora, o Lago Michigan é a origem da sua destruição.
O clima de "Gary" é extremamente difícil, porque
é muito perto do lago, que gera alta umidade no verão,
e no inverno traz muita chuva e neve.
Temos tremendas mudanças de temperatura,
e não é raro termos 30 a 40 ciclos térmicos durante o dia na cidade,
e isso literalmente desmonta os edifícios.
A constante expansão e contração da umidade nas estruturas,
devido às extremas flutuações de temperatura,
de até 15°C por dia,
transforma em gelo a umidade
e racha paredes.
A estação de Trem de "Gary", construída em 1910,
foi um ponto vital no Meio-Oeste para transporte de aço
e de milhares de passageiros.
Centenas de trens passavam por aqui todos os dias.
30 anos de abandono à natureza, cobraram seu preço.
Uma vez que a cobertura de vidro quebre,
o interior é exposto a um dilúvio de água.
O ferro destruído e enferrujado pela umidade
enfraquece a estrutura,
e causa a queda de parte do telhado.
Esse prédio poderia ter sido mantido em boas condições de uso,
se alguém tivesse simplesmente colocado um novo telhado nele,
consertado as janelas, limpado tudo.
Mas sem isso, o prédio ficou um lixo.
Não longe da Estação de Trem, está a maior igreja da cidade,
onde antes as pessoas assistiam a cerimônias e funerais.
Essa é a Igreja Metodista de "Gary",
construída em 1925 pela comunidade da cidade.
Atendia a uma população de 3.000 fiéis.
Após o declínio de "Gary",
o público baixou para menos de 200,
e ela foi fechada em 1975.
Enquanto as pessoas se iam, manutenção de rotina, como pintura,
carpintaria e reboco, também pararam.
Como a estação ferroviária, a água começou a corroer o telhado,
criando um buraco no teto.
Quanto mais o buraco no teto for aumentando,
deixando mais e mais água entrar,
o frio e a umidade trincam tudo,
deteriorando totalmente o teto acima de nós.
Todo o reboco deteriorado está agora no chão.
Sem a proteção do reboco,
os tijolos ficam expostos e o mofo se desenvolve.
Uma vez enfraquecidos, eles se desprendem e caem no chão da igreja
Com bastante mofo crescendo nos tijolos,
logo começamos a ver minúsculas plantas crescendo nos tijolos,
e não leva muito para pequenas plantas
se tornarem grandes plantas e depois árvores,
deteriorando as paredes mais ainda.
Depois de 3 décadas de tortura com ventos,
sol abrasador e neve,
a igreja está na iminência de cair completamente.
É incrível quando você pode andar em santuário deste tamanho,
imaginando 3.000 pessoas rezando e venerando aqui,
e agora você só vê as paredes e o teto desabados...
Se você quiser imaginar como se parece o mundo sem ninguém,
você não poderia imaginar ou achar um local mais evocativo do que esse
Fica-se imaginando o motivo da ira de Deus.
No coração da cidade fica o "Palace Theater", de 3.000 lugares,
uma das lendárias casas de espetáculos do Meio-Oeste.
Houve um tempo, em 1925,
em que isso era realmente um maravilhoso teatro.
Obviamente, não resta quase nada.
E o resto não vai durar muito.
Cães e outros pequenos animais andaram aqui dentro,
e criaram 2 trilhas distintas.
De fora para dentro, e de dentro para fora.
É parecido como quando você anda nas matas ou prados,
e vê trilhas feitas por animais.
Todos os rapazes de "Gary"
tinham orgulho de trazer suas namoradas aqui,
mas agora só as cadeiras vazias permanecem.
As ruínas de "Gary" oferecem
um retrato de apenas 30 anos sem os humanos.
Um mau presságio para as cidades perto de lagos, como Cleveland
e Detroit.
E 50 anos após os humanos,
a natureza tem alguns outros truques para derrubar
algumas das mais impressionantes estruturas humanas.
50 ANOS SEM NINGUÉM
São 50 ANOS em um mundo sem ninguém.
Os descendentes dos Corgis "Reais"
ainda habitam os subúrbios da Londres pós-humana.
Mas não são mais uma raça que a Rainha reconheceria.
Depois de várias gerações de acasalamentos com outros cães,
qualquer traço indicando sua linhagem desapareceu há tempos.
Em apenas cinco décadas,
os cãezinhos mimados evoluíram para uma raça de cães selvagens.
No sul dos Estados Unidos,
o Kudzu não apenas embeleza os arredores das cidades,
mas também invade Atlanta, seus arranha-céus e shopping centers.
50 anos depois que os humanos sumirem,
o Kudzu poderia cobrir o prédio da Coca-Cola
e a maioria dos edifícios do centro de Atlanta,
provando que ali foi seu ponto de origem.
E também há Kudzu em terrenos abandonados em Atlanta.
O Kudzu cobrirá também estes lugares.
Depois que os ramos de Kudzu morrem no inverno,
a planta desenvolve novos ramos na primavera,
que usam os ramos mortos como uma plataforma para continuar escalando
A rede de raízes profundas provê vastas quantidades de nutrientes,
dando à planta uma inesgotável quantidade de energia.
Ele pode subir 30 metros nos prédios. Em qualquer prédio.
É capaz de crescer rapidamente e em toda parte, agarrando firmemente.
Não há qualquer barreira física,
sejam água, riacho ou rio que possam parar o avanço do Kudzu.
Será a fase inicial de uma camada verde cobrindo partes do sul.
O estádio de esportes de Atlanta, o "Georgia Dome",
vai ter que lutar com um adversário que ele nunca viu.
O peso da planta no teto da estrutura do estádio,
provavelmente causará um desabamento,
quebrando janelas, derrubando tudo o que estiver na fachada do prédio.
O ataque do Kudzu prepara o estádio para um desastre épico.
Mesmo no tempo dos humanos,
Atlanta sofria com secas periódicas.
Agora, camadas de Kudzu secas e mortas cobrem a cidade,
criando uma fogueira iminente.
Uma tempestade se aproxima,
e um raio atinge a cidade.
E, como ocorreu durante a guerra civil,
Atlanta queima de novo,
refletindo chamas infernais no Memorial Confederado,
esculpido na "Montanha de Pedra".
Em Chicago, após décadas de crescimento selvagem,
o estádio está quase irreconhecível.
No tempo dos humanos, o gigantesco placar de madeira de 25 metros
era um dos dois painéis do estádio a ser operado manualmente.
Mas está indefeso sem humanos para mantê-lo.
A hera repousa sobre o placar,
enquanto ele é devorado por um exército de cupins.
Logo abaixo, os espinheiros atingem 6 metros de altura,
cobrindo todo o campo.
100 ANOS SEM NINGUÉM
100 ANOS em um mundo sem ninguém.
Os trilhos elevados no centro de Chicago
estão desintegrados há décadas.
Em 1892,
a primeira seção da ferrovia elevada,
a segunda mais antiga dos EUA,
começou a transportar passageiros por locomotivas
acima das antigas ruas que cortavam o centro da cidade.
Agora, a pintura descascou dos pilares que seguram a plataforma,
e a ferrugem começa a roer o metal exposto.
Parafusos e rebites corroem e racham,
provocando a fratura de alguns dos pilares de apoio.
Quando as peças começam a cair, sobrecarregam outras partes,
e essas começam a se torcer, cair e levar outras partes junto,
numa espécie de efeito dominó que leva tudo ao chão.
Em Londres, o Big Ben está coberto por vegetação.
Suas janelas quebraram, e pedaços das decorações de pedra caíram.
A torre sempre foi inclinada 22 centímetros para noroeste.
Depois de décadas sem ninguém para regular os níveis de água do Tâmisa
o rio continuamente inunda as áreas adjacentes,
corroendo as fundações do Big Ben.
Depois de, digamos, 100 anos, a inclinação da torre
aumentará, e gradualmente a torre
se tornará mais e mais instável até que finalmente
a gravidade vence e a torre cai ao chão.
200 ANOS SEM NINGUÉM
São 200 ANOS em um mundo sem ninguém.
Em Chicago, a "Sears Tower" começa finalmente a cambalear.
Décadas de corrosão e chuva fizeram do monumento um espectro.
A "Sears Tower" tem 104 elevadores separados,
em múltiplos níveis, e terminando em vários andares do prédio.
Apesar dos cabos enferrujarem e romperem,
os freios dos elevadores continuam a funcionar.
Mas um dia, eles também corroem e finalmente se soltam.
Você tem 104 elevadores, em momentos diferentes, é claro,
que vão abaixo e explodem ao final como uma bomba,
arrebentando com o edifício e abalando a estrutura adjacente.
Apenas 2 elevadores conectam o térreo à cobertura,
mais de 400 metros acima da rua.
Um dos elevadores de 3 toneladas cai do último andar,
atingindo o chão mais de 320 km/h,
gerando mais de 680 toneladas de força no impacto.
Mas isso não é suficiente para derrubar esta estrutura monumental.
A natureza vai precisar de uma última martelada.
200 ANOS SEM NINGUÉM
200 ANOS após os humanos,
a "Sears Tower" está por pouco.
O que vai derrubar a torre são as 114 estacas cravadas no chão
e que apoiam a estrutura.
O ponto fraco da "Sears Tower"
é que ela tem 8 andares abaixo do solo.
E, uma vez que não tenhamos mais pessoas,
esses andares serão inundados com água.
A enchente do rio Chicago abala as colunas que sustentam o edifício,
causando sua queda.
Chegará um momento em que ela vai simplesmente cair, de uma só vez,
em uma enorme confusão de poeira, concreto, metal e vidro.
250 ANOS SEM NINGUÉM
250 ANOS após os humanos.
Apesar da "Sears Tower" ter caído décadas atrás,
os 100 andares do "John Hancock Center" de Chicago ainda está lá.
Ele deve sua longevidade ao incomum reforço cruzado de aço,
que amarra a estrutura do edifício e lhe dá uma resistência extra.
Mas com todas as suas janelas quebradas,
e séculos de umidade corroendo sua estrutura metálica,
algo deve ceder.
No canto do 85º andar,
vários vergalhões cruciais convergem.
Um após o outro, eles enferrujam, dobram e quebram
por causa da água que flui dos telhados perfurados.
Em um momento crítico, uma última coluna quebra e cai.
Os 15 andares acima dele começam uma cascata ao lado do prédio,
desencadeando uma implosão andar por andar do edifício.
300 ANOS SEM NINGUÉM
3 SÉCULOS após os humanos,
o vírus da raiva está lutando para sobreviver.
Esta doença requer uma densa população para poder se espalhar.
À medida que os animais domésticos morrem
e os animais selvagens se dispersam
dos aglomerados humanos por onde andaram revirando,
o vírus não consegue infectar mais de 7.000 animais por ano.
O ataque chega ao fim.
5.000 ANOS SEM NINGUÉM
5.000 ANOS após os humanos,
somente poucas ruínas da História Humana ainda resistem.
A "Stone Mountain", perto de Atlanta,
é o maior maciço de granito exposto do mundo.
251 metros de altura e 8 km de circunferência.
Na década de 1920, as "Filhas Unidas da Confederação"
levantaram o dinheiro para começar o trabalho
de uma escultura enorme dos Heróis da Guerra Civil:
Jefferson Davis, Robert E. Lee e "Stonewall" Jackson
no lado norte da rocha.
Granito é, sem dúvida, uma das rochas mais duras da Terra.
Raramente há uma rachadura na rocha.
Após quase 50 anos e vários escultores,
a obra foi completada em 1972.
A escultura final mede mais de 57 metros por 27 metros.
Depois de 5 milênios,
90% da obra ainda está completamente intacta.
É impressionante pensar que eles estarão aqui para sempre.
Mas a maior parte do que o homem construiu, não estará.
As grandes cidades de Chicago,
Atlanta... e Londres
surgiram devido à sua proximidade geográfica com a fonte da vida:
rios, lagos, solos férteis.
Hoje, a silhoueta destas antes movimentadas cidades desapareceu.
As ruínas deixadas para trás, foram camufladas
embaixo de montes cobertos de densa vegetação,
e rodeadas por vida selvagem.
A Natureza invadiu. E conquistou.
As cidades humanas perderam a batalha em um mundo sem ninguém.
Tradução, revisão e sincronismo: ___SteriS___ 29.10.2010